Nos dias 2 e 3 de dezembro, o Serviço de Anatomia Patológica (SAP) do Centro Hospitalar Universitário de Santo António recebeu uma delegação de representantes de um hospital em Zaragoza, interessados em conhecer a solução inovadora de processamento de tecidos implementada no serviço. O sistema, único no mundo, opera em fluxo contínuo e já demonstrou impactos positivos significativos na eficiência, qualidade e rapidez dos processos laboratoriais.
Com uma equipa de 38 profissionais, incluindo 13 patologistas e 17 técnicos superiores, o SAP gere uma enorme carga de trabalho, que em 2023 incluiu cerca de 30 mil exames histológicos e mais de 4 mil testes de biologia molecular. O modelo de fluxo contínuo transformou uma rotina que antes enfrentava atrasos superiores a uma semana para entrega de lâminas, ao permitir um processamento mais ágil e eficaz, reduzindo drasticamente os tempos de resposta para exames urgentes, como biópsias oncológicas e renais.
Os benefícios vão além da agilidade. O novo sistema otimizou os recursos humanos, possibilitando a dedicação total dos técnicos à microtomia e eliminando a necessidade de processos demorados de inclusão manual em parafina. Do ponto de vista da segurança, os controlos de qualidade do ar mostram melhorias substanciais, graças à redução no uso de solventes e à implementação de sistemas de exaustão e pressão negativa nas áreas sensíveis do laboratório.
A adaptação do SAP incluiu ainda ajustes inovadores, como a introdução de protocolos específicos que melhoraram significativamente a qualidade para estudos moleculares, permitindo a extração de DNA e RNA de amostras desafiadoras, como tecidos ósseos, sem comprometer os resultados histopatológicos.
Este sistema pioneiro demonstra que é possível aliar eficiência técnica, gestão sustentável e benefícios diretos para os doentes, que agora têm acesso a diagnósticos mais rápidos e precisos. A solução posiciona o SAP do Centro Hospitalar Universitário de Santo António como uma referência mundial, inspirando outros serviços de Anatomia Patológica a repensarem os seus modelos de processamento.
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