O Museu de Arte Sacra inaugurou na passada sexta-feira a exposição "Mente. Sente?", composta por cerca de 70 peças de cerâmica criadas pelos utentes do Serviço de Reabilitação Psicossocial do Hospital Magalhães Lemos, da ULS de Santo António. A mostra, que estará patente até 16 de março do próximo ano, apresenta presépios, crucifixos e representações da vida de santos, destacando a ligação entre a arte e o bem-estar mental.
Sob a direção artística de Inês Falcão, a exposição sublinha a importância da arte como meio terapêutico e ferramenta de transformação pessoal. “A arte vai além de um mero objeto estético; ela transforma-nos em aspetos como os afetos, a mente e o trabalho interior que queremos realizar”, afirmou a artista.
A curadoria, a cargo de Tânia Oliveira Pires, realça o caráter único das obras: “Os trabalhos são muito expressivos e singulares, refletindo o mundo interno dos utentes. A riqueza das peças, todas em cerâmica pintada e vidrada, é evidente, tornando-as muito completas e interessantes.”
Para José Silva, enfermeiro gestor do Serviço de Reabilitação Psicossocial, esta iniciativa marca um ponto de viragem: “Mais do que surpreender, espero que esta exposição seja uma pedrada no charco. Num espaço como o Museu de Arte Sacra, estas obras ganham um significado ambivalente e positivo. É gratificante trabalhar com estes utentes e ver o impacto do que fazemos.”
A abertura da exposição contou com uma conversa aberta, onde Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, destacou o valor terapêutico da arte. “Esta exposição evidencia como, através da expressão artística, os utentes conseguem uma melhor adaptação e reinserção social. A paz mental pode ser atingida pelo desenvolvimento das suas capacidades criativas, com resultados excecionais,” afirmou.
A exposição "Mente. Sente?" oferece uma oportunidade única para apreciar o talento artístico dos utentes e reconhecer a arte como um elo fundamental na promoção da saúde mental e da inclusão social.
Fotografias por Onda Livre FM
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